quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sobre o corpo...


Ainda há pouco tempo me perguntavam se eu era fetishista ou se gostava particularmente de mulheres gordas... para quem acompanhou a minha pintura, sabe do que estou a falar, para quem não tem acompanhado, tenho algumas séries de pintura onde exploro a linguagem corporal de uma mulher gorda... e a que porpósito?

Eu entendo que o corpo é mais do que aquilo que se mostra, é também o que fazemos dele e com ele e para ele. De alguma forma, independentemente do nosso estado volumétrico, temos capacidades sedutoras tão equivalentes às repelentes, ou seja, penso que de acordo com o nosso comportamento e atitude podemos desiquilibrar a balança de atracção/repulsão física (mas que na verdade é apenas mental).

Todas as texturas, tons, cores, sombras, volumes, perspectivas têm um interesse específico no tratamento do corpo... que poderá levar-vos a uma viagem entre o "nem te atrevas a pintar o meu retrato" até ao "era tudo para mim que me pintasses"...

sábado, 22 de novembro de 2008

"Arte Lisboa ou LisboArte, é à escolha do freguês"



"Mais uma volta, mais uma ficha, criança não paga mas também não anda"...
Parece-me ser este o mote da última edição que ainda decorre da Arte Lisboa, pelo menos para os participantes.
Só se fala da crise, não há résteas de esperança ou positivismo... eu digo "que se lixe a crise pá, vamos é rir um bocado e olhar mais para a frente e ter cuidado com as cacas de cão no passeio".

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

De volta às origens...

Uma parte do meu percurso académico foi vivido na ilha da Madeira, no Instituto Superior de Arte e Design da Universidade da Madeira, onde frequentei até ao 3º ano e onde conheci dos melhores professores que alguma vez tive a sorte de ter.
Nesse período experimentei várias áreas, tecnologias, técnicas e materiais, mas uma delas deixou imensas saudades: a escultura!
E eis-me de volta a esse universo mas com propósitos mais definidos (a minha linguagem e identidade artística)... deixo-vos a minha primeira experiência escultórica após 11 anos sem meter as mãos no barro.







quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Il Fantasma Dell'Opera

Este foi o texto introdutório para a exposição que tive no passado mês de Setembro...

"O Fantasma da Ópera foi escrito para ser representado por um homem. O personagem de Erik, esse espírito atormentado e deformado, é revelado à medida que a peça de contornos góticos se desenrola, exigindo a atenção e a submissão de todos, sob pena de serem vítimas da sua ira. Igualmente presa a esta vontade do espectro está Christine, por quem o
Fantasma se apaixona.
O ciúme, o desejo de possuir, a ira e os esquemas, todas estas características são vestidas pelo personagem masculino do Fantasma, enquanto que a Christine está reservado o papel de frágil,
encantadora e inocente, a quem são exigidas decisões difíceis entre a eterna batalha do amor com o dever.
Com a emergência da mulher enquanto sexo mais forte, a sua emancipação, o sexo feminino deixou de ser visto, na sociedade dos dias de hoje, daquele modo unidimensional, passando a ter a possibilidade de ser alguém convincentemente obtuso, manipulador e desejoso de poder.

Assim, o que aconteceria se o Fantasma se revelasse, afinal, ser uma mulher?"

Texto por Leonor Calaça.




Sem título
160 cm x 130 cm
Acrílico sobre tela
2008


Sem título
190 cm x 130 cm
Acrílico sobre tela
2008


Sem título
190 cm x 130 cm
Acrílico sobre tela
2008


Sem título
190 cm x 130 cm
Acrílico sobre tela
2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

"Beyond the aesthetic" por Robert Motherwell, 1946


"The activity of the artist makes him less socially conditioned and more human. It is then that he is disposed to Revolution. Society stands against anarchy; the artist stands for the human against society; society therefore treats him as an anarchist."